Thursday, January 11, 2007

Crônica de uma roubada anunciada

Há cerca de um mês atrás, combinamos de passar uns dias juntos numa pousadinha na serra. Eu estava meio não querendo ir, pois seria perto da minha mudança e principalmente da minha volta ao trabalho e então não queria sair da rotina com o Pietro. Mas pra ficar em família, ok, topei. Quando chegou o dia da viagem, a chuva caia em quase todo o Brasil, principalmente no sudeste e a previsão era de chuva a semana toda. Eu gripada, Pietro encatarrado, minha mudança, a volta ao trabalho chegando, chuva e pra finalizar fiquei sabendo que pra chegar na pousada tinha que passar por uma estrada de terra safada de 4Km. Quis desistir de ir, medrosa que sou; basta falar em estrada de terra com chuva que eu logo tremo. Mas fui voto vencido e fomos. A estrada de terra em si não era das piores, mas no caminho eu fui olhando a quantidade de barranco que poderia desmoronar. E então foi isso: durante os 3 dias e 2 noites q estivemos la, não parou de chover um minuto sequier. Eu disse um minuto sequer. Nunca tinha visto isso. Chuva que não para nem por uns segundinhos? Ou a chuva estava forte ou um pouco mais fraca. E só. Pra ir do quarto pro restaurante ou pra sala de estar da pousada precisávamos de guarda-chuva. Pietro até que curtiu, principalmente porque dormiu na cama no meio de papai e mamãe, já que naquele bercinho gelado ele não ficou nem um minuto. Mas até aí tudo bem. O pior veio mesmo no dia que deveríamos ter partido: obvio que com aquela água toda, caíram várias barreiras na estradinha de terra e bingo! Ficamos presos na pousada. E pra piorar? Pra piorar metade da pousada teve dor de barriga por causa da água (supomos) inclusive eu, que não consegui comer nada e emagreci mais um pouco. E pra piorar mais um pouquinho e fechar com chave de ouro, acabou a luz e ficamos das 16:00 de quinta até a hora de irmos embora no dia seguinte (devia ser umas 13:30)no escuro e sem TV. Então passamos uma romântica noite presos e sem luz alguma com um bebê de 5 meses a tiracolo. Tentei imaginar aquele lugar com um céu azul e muito sol. Deve ser mesmo um paraíso, conforme sugere o nome da pousada. Mas naquelas condições, o paraíso estava bem distante e nunca foi tão bom ter chegado em casa.

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