Há cerca de um mês atrás, combinamos de passar uns dias juntos numa pousadinha na serra. Eu estava meio não querendo ir, pois seria perto da minha mudança e principalmente da minha volta ao trabalho e então não queria sair da rotina com o Pietro. Mas pra ficar em família, ok, topei. Quando chegou o dia da viagem, a chuva caia em quase todo o Brasil, principalmente no sudeste e a previsão era de chuva a semana toda. Eu gripada, Pietro encatarrado, minha mudança, a volta ao trabalho chegando, chuva e pra finalizar fiquei sabendo que pra chegar na pousada tinha que passar por uma estrada de terra safada de 4Km. Quis desistir de ir, medrosa que sou; basta falar em estrada de terra com chuva que eu logo tremo. Mas fui voto vencido e fomos. A estrada de terra em si não era das piores, mas no caminho eu fui olhando a quantidade de barranco que poderia desmoronar. E então foi isso: durante os 3 dias e 2 noites q estivemos la, não parou de chover um minuto sequier. Eu disse um minuto sequer. Nunca tinha visto isso. Chuva que não para nem por uns segundinhos? Ou a chuva estava forte ou um pouco mais fraca. E só. Pra ir do quarto pro restaurante ou pra sala de estar da pousada precisávamos de guarda-chuva. Pietro até que curtiu, principalmente porque dormiu na cama no meio de papai e mamãe, já que naquele bercinho gelado ele não ficou nem um minuto. Mas até aí tudo bem. O pior veio mesmo no dia que deveríamos ter partido: obvio que com aquela água toda, caíram várias barreiras na estradinha de terra e bingo! Ficamos presos na pousada. E pra piorar? Pra piorar metade da pousada teve dor de barriga por causa da água (supomos) inclusive eu, que não consegui comer nada e emagreci mais um pouco. E pra piorar mais um pouquinho e fechar com chave de ouro, acabou a luz e ficamos das 16:00 de quinta até a hora de irmos embora no dia seguinte (devia ser umas 13:30)no escuro e sem TV. Então passamos uma romântica noite presos e sem luz alguma com um bebê de 5 meses a tiracolo. Tentei imaginar aquele lugar com um céu azul e muito sol. Deve ser mesmo um paraíso, conforme sugere o nome da pousada. Mas naquelas condições, o paraíso estava bem distante e nunca foi tão bom ter chegado em casa.